Viajar já gasta energia suficiente. E nada estraga mais um momento simples do que ver uma taxa inesperada aparecer no ecrã do multibanco (ATM). A boa notícia: dá para reduzir muitas dessas taxas com três regras bem práticas — sem transformar a viagem num projeto de finanças.
A ideia aqui não é “nunca pagar nada”. É pagar menos vezes e evitar as taxas mais desnecessárias, com escolhas simples.
O que são as taxas de ATM (e por que aparecem)
Em levantamentos no estrangeiro, podem existir três custos diferentes:
- Taxa do operador do ATM: o próprio multibanco cobra uma comissão por te deixar levantar ali.
- Taxa do teu banco/cartão: alguns bancos cobram por levantamentos fora do país ou fora da rede.
- Mau câmbio por conversão “automática”: quando o ATM ou o terminal sugere converter para euros “para facilitar”, muitas vezes o câmbio é pior.
Nem sempre dá para controlar tudo, mas dá para evitar o que mais dói: a conversão automática e levantamentos pequenos repetidos.
Por que vale a pena seguir 3 regras simples
Porque isto é o tipo de coisa que melhora a viagem com pouco esforço:
- Menos “micro-stress” de taxas surpresa
- Mais previsibilidade (mesmo com orçamento apertado)
- Menos tempo a comparar opções na rua
E, honestamente: quando estamos cansados, é fácil carregar em “aceitar” sem ler. Estas regras são um “piloto automático” bom.
Como fazer: 3 regras simples para evitar taxas
Regra 1: Paga e levanta sempre na moeda local
Se o multibanco perguntar algo como:
- “Quer pagar em euros?”
- “Aceitar conversão para EUR?”
- “Garantir taxa de câmbio agora?”
A opção mais segura, na maioria dos casos, é recusar a conversão e escolher moeda local.
Por quê? Porque quando aceitas a conversão ali (às vezes chamada DCC), o câmbio costuma vir com margem extra.
Como escolher no ecrã (tradução prática):
- Escolhe: moeda local
- Recusa: converter para EUR / conversão garantida / taxa fixa
Mini-experimento (1 minuto):
- No próximo pagamento/levantamento com escolha de moeda, faz uma pausa de 10 segundos e procura a opção “moeda local”. Só isso já é uma vitória.
Regra 2: Evita “ATM turísticos” e escolhe bem onde levantas
ATMs em zonas muito turísticas (aeroportos, atrações, ruas cheias de câmbio e lembranças) tendem a:
- cobrar mais taxa do operador
- empurrar conversões “convenientes”
- ter mensagens mais agressivas no ecrã
Quando dá, prefere:
- ATMs ligados a bancos (não máquinas isoladas em lojas)
- ATMs em zonas mais “normais” (supermercado, centro comercial, perto de agências)
Mini-experimento (3 minutos):
- Quando chegares a uma cidade, repara em dois ATMs diferentes (um “de rua turística” e um “de banco”). Só comparar o ambiente já te dá um filtro rápido para a próxima vez.
Regra 3: Faz menos levantamentos, mas mais intencionais
Muitas taxas são “por levantamento”. Então levantar 20€ quatro vezes pode sair mais caro do que levantar 80€ uma vez (mesmo que o valor exato varie).
Sem números rígidos, a lógica é:
- Se vais usar dinheiro, tenta levantar para vários dias, não “só para hoje”.
- Se não tens energia para calcular, usa uma regra simples: evitar levantamentos por impulso.
Honestidade importante: levantar mais dinheiro significa carregar mais dinheiro. Se isso te deixa inseguro, levanta menos e aceita pagar um pouco mais — paz mental também conta.
Mini-experimento (2 minutos):
- Antes de levantar, pergunta: “Isto é um levantamento por necessidade real ou por hábito?” Se for hábito, tenta adiar 1 hora e ver se ainda precisas.
Exemplo rápido (situação realista)
Imagina que estás a viajar e precisas de dinheiro para pequenos sítios que não aceitam cartão.
- Escolhes um ATM de banco (não o da rua mais turística)
- No ecrã, recusas converter para euros e escolhes moeda local
- Levantas uma vez para cobrir vários dias, em vez de levantar “só um bocadinho” todos os dias
Resultado: menos chances de taxas repetidas e menos chances de aceitar um câmbio pior sem perceber.
Try this in 10 minutes
- Abre as definições do teu banco/app do cartão e procura:
- “Taxas/Comissões no estrangeiro”
- “Levantamentos internacionais”
- “Limites de levantamento” (para evitar bloqueios)
- Escreve uma nota no telemóvel com a tua regra principal:
- “Moeda local sempre. Recusar conversão para EUR.”
- Guarda uma frase pronta para o momento do ATM:
- “Vou escolher moeda local e terminar rápido.”
Se fizeres só isto, já reduz muito a chance de cair na opção errada quando estás com pressa.
Checklist (copia e cola antes da viagem)
Checklist anti-taxas de ATM
- Confirmar se o meu cartão cobra taxa por levantamentos no estrangeiro
- Ter um segundo cartão (ou alternativa) guardado separadamente
- Preferir ATMs de bancos (evitar máquinas “turísticas” isoladas)
- No ecrã: escolher moeda local e recusar conversão para EUR
- Fazer menos levantamentos (evitar “só mais 20”)
- Se eu estiver cansado/ansioso: levantar num local calmo e bem iluminado
Pequeno objetivo realista: não é “perfeição”. É só evitar a taxa mais fácil de evitar — a conversão para euros no ecrã. Isso sozinho já costuma fazer diferença.

