Se você tem dinheiro sobrando na FSA, aqui vai a regra que evita a maioria dos momentos de “ops, expirou”:
Regra prática (a “Regra do Buffer de 20%”): tente ficar em ou abaixo de 20% da sua eleição anual com pelo menos 2 ciclos de pagamento restantes no ano do seu plano.
Por que 20%? Porque a orientação do IRS vincula o máximo de carryover permitido (quando o seu empregador oferece carryover) a 20% do limite anual de redução salarial. O seu plano pode permitir menos — ou nenhum. Mas, como um buffer “para não se queimar”, 20% é fácil de lembrar e geralmente conservador. (irs.gov)
Este post é apenas educacional — não é aconselhamento tributário ou financeiro individualizado. Siga sempre as regras do seu plano.
Primeiro, traduza “prazo” em três datas (porque a FSA tem três relógios)
A maioria das perdas acontece porque as pessoas acompanham o “fim” errado.
- Fim do ano do plano: último dia em que você normalmente pode incorrer numa despesa.
- Fim do período de carência (se o seu plano o oferecer): uma janela opcional (até o 15º dia do 3º mês após o fim do ano do plano) em que você ainda pode incorrer em despesas usando fundos do ano anterior. (irs.gov)
- Prazo de run-out (reivindicações): o último dia em que você pode enviar pedidos de reembolso para despesas que já incorreram (durante o ano do plano e, se houver, durante o período de carência). Esse período de run-out é definido pelo empregador/plano e pode variar entre planos. (irs.gov)
Mais uma regra importante que a maioria das pessoas ignora:
- Carryover e período de carência não se acumulam para FSAs de saúde — um plano que permite o recurso de carryover geralmente não pode também oferecer o período de carência para a FSA de saúde. (irs.gov)
Então seu primeiro trabalho não é “gastar”. Seu primeiro trabalho é: descobrir em qual relógio você está.
O Checklist de 3 Passos para Gastar o Saldo (simples, rápido, sem graça — no bom sentido)
Passo 1) Confirme as regras de “use” do seu plano em 5 minutos
Pegue os documentos do seu plano (muitas vezes a Summary Plan Description) ou o portal do administrador e anote:
- Eu tenho carryover, período de carência, ou nenhum dos dois? (A FSA de saúde geralmente tem um ou nenhum.) (irs.gov)
- Qual é o meu prazo de run-out (envio de pedidos)? (irs.gov)
- Qual é o prazo “incur-by” (para incorrer)? (Fim do ano do plano ou fim do período de carência.) (irs.gov)
- Há exclusões especiais ou regras de documentação? (Alguns itens exigem recibos discriminados; alguns exigem prescrições/cartas de necessidade médica dependendo do item e do processo de comprovação do seu plano.) (irs.gov)
Se você só fizer uma coisa hoje: identifique o seu prazo de run-out. Muita gente perde dinheiro mesmo depois de comprar coisas elegíveis — porque a papelada perdeu o prazo. (irs.gov)
Passo 2) Classifique o seu saldo restante em “Certo / Flexível / Arriscado”
Não compre aleatoriamente. Organize suas opções pelo quão provável é conseguir reembolso de forma clara e no prazo.
A) “Coisas certas” (alta certeza, pouca dor de cabeça)
Pense em: despesas claramente ligadas a cuidados médicos, fáceis de documentar e provavelmente elegíveis.
- Consultas, exames, tratamentos e dispositivos diagnósticos que atendem à definição do IRS de cuidados médicos (diagnóstico, cura, mitigação, tratamento, prevenção ou afetar uma função do corpo). (irs.gov)
- Prescrições e reposições (quando aplicável), além de suprimentos médicos padrão claramente de natureza médica. (irs.gov)
B) “Coisas flexíveis” (boas, mas dependem do plano)
São comuns, mas a elegibilidade pode depender do item exato e de como ele é classificado.
- Itens e serviços odontológicos/visão (muitas vezes elegíveis; detalhes variam). (irs.gov)
- Produtos de venda livre (OTC) que podem ser elegíveis pelas regras atuais (de novo: verifique a lista do portal do seu plano e os requisitos de comprovação). (irs.gov)
C) “Coisas arriscadas” (evite perto da linha de chegada)
Estas são as armadilhas clássicas de “pedido negado” quando você está perto dos prazos:
- Itens de “saúde geral” ou próximos de estilo de vida/bem-estar (muitas vezes não são cuidados médicos). (irs.gov)
- Compras que geralmente exigem papelada extra (cartas, faturas especiais, códigos de diagnóstico ou detalhes que você talvez não consiga rapidamente).
- Qualquer coisa que você não consiga documentar com confiança com um recibo discriminado mostrando o que foi comprado e quando.
Regra simples: quanto mais perto do prazo, mais você deve migrar para “Coisas certas”.
Passo 3) Execute nesta ordem: incorrer → documentar → enviar
A maioria das pessoas faz “comprar coisas” e para por aí. É assim que o dinheiro é perdido.
Use esta ordem:
- Incorra na despesa até o prazo do seu plano (fim do ano do plano ou fim do período de carência). (irs.gov)
- Capture a documentação imediatamente:
- Recibo/fatura discriminada (não apenas o comprovante do cartão)
- Data do serviço (para serviços)
- Nome do prestador/loja
- Descrição do item/serviço
- Envie os pedidos cedo dentro da janela de run-out (não espere “depois”). Seu plano pode definir o prazo de run-out; depois que ele passa, o pedido pode ficar inválido mesmo se a despesa foi feita a tempo. (irs.gov)
Se você receber uma negativa: responda rápido. Negativas muitas vezes significam “precisa de melhor documentação”, não “nunca é elegível”.
Cartão de bolso (salve isto)
Cartão de Bolso: A Regra do Buffer de 20%
Regra: Fique em ou abaixo de 20% da sua eleição anual com 2 ciclos de pagamento restantes no ano do seu plano.
Quando usar: Você não tem certeza se há carryover ou período de carência; você quer um buffer de segurança simples.
Quando não usar: Você já confirmou um período de carência e tem bastante tempo, ou seu plano tem regras de itens muito rígidas que tornam o gasto de última hora arriscado.
Como adaptar: Se você não tem carryover e não tem período de carência, trate o buffer como 0% (mire gastar tudo até o prazo de “incur-by”). Se a documentação for difícil, antecipe e fique nas “Coisas certas”. (irs.gov)
Mini-cenários (sem moeda, só matemática limpa)
Cenário 1: Você não sabe a regra de carryover/período de carência do seu plano
- Eleição anual = E
- Saldo restante hoje = R
- Você tem 2 ciclos de pagamento restantes
Use a regra: mire R ≤ 0,20 × E no início dos últimos 2 ciclos de pagamento.
- Se você descobrir que tem carryover: você provavelmente fica abaixo do teto máximo permitido de carryover (embora seu empregador possa permitir menos). (irs.gov)
- Se você descobrir que não há carryover: você ainda reduziu o “raio de explosão” da perda.
Versão mais segura: se você realmente não consegue confirmar o desenho do plano, trate sua meta como R ≤ 0,00 × E até o fim do ano do plano.
Cenário 2: Você tem um período de carência, mas a papelada é o gargalo
- Você confirmou: existe período de carência (até o 15º dia do 3º mês após o fim do ano do plano). (irs.gov)
- Seu risco: você demora para coletar faturas e detalhes.
Movimento simples: gaste primeiro em itens com prova de um passo (recibo discriminado claro), depois em serviços que exigem documentação do prestador.
Por quê: um período de carência estende o tempo para incorrer despesas, mas não resolve magicamente o prazo de envio do run-out nem sua capacidade de comprovar. O run-out ainda é um relógio real. (irs.gov)
Cenário 3: Você está perto do fim e pensando em gastos “criativos”
- Restante = R
- Pouco tempo sobrando
- Você está tentado por itens de “bem-estar” borderline
Cheque de realidade: a orientação do IRS distingue cuidados médicos (diagnóstico/tratamento/prevenção, afetar função corporal) de itens “meramente benéficos para a saúde geral”. O segundo grupo é onde vivem as negativas. (irs.gov)
Versão mais segura: use um fechamento de dois baldes:
- 80% de R: apenas “Coisas certas”
- 20% de R: itens “Talvez” somente se o portal do seu plano os listar explicitamente como elegíveis e você conseguir documentar de forma limpa
Onde a regra falha (e o que fazer no lugar)
Falha #1: Seu plano não tem carryover e não tem período de carência
Então 20% não é um buffer. É dinheiro ainda em risco.
Versão mais segura: A “Regra do Zero até o Incur-By”
Mire chegar a R = 0 até o prazo de incur-by (fim do ano do plano). (irs.gov)
Falha #2: Seu plano tem carryover, mas o carryover do seu empregador é menor
O IRS define o carryover máximo permitido; empregadores podem escolher um teto menor ou nenhum carryover. (irs.gov)
Versão mais segura: use 20% como primeira meta, mas se o teto do seu plano for menor, use o número do plano (expresse como percentual de E para seu próprio acompanhamento).
Falha #3: Você está comprando coisas difíceis de comprovar
Mesmo despesas elegíveis podem ser negadas se você não conseguir provar o que foi, quando foi incorrido e que é cuidado médico.
Versão mais segura: perto do prazo, fique em:
- compras/serviços claramente médicos
- recibos/faturas limpos
- prestadores/fornecedores que consigam produzir documentação rapidamente
Falha #4: Você confunde “incur-by” com “submit-by”
Este é o #1 tropeço administrativo:
- Você incorre a tempo
- Você envia tarde
- Você perde mesmo assim
Períodos de run-out existem, mas são definidos pelo plano e devem ser seguidos. (irs.gov)
Versão mais segura: envie assim que tiver a documentação — não espere.
Erros comuns (rápidos)
-
Erro: Assumir que todas as FSAs funcionam do mesmo jeito.
Correção: Confirme se o seu plano tem carryover vs período de carência vs nenhum. (irs.gov) -
Erro: Tratar o prazo de run-out como opcional.
Correção: Coloque a data de envio (submit-by) em algum lugar onde você realmente a veja. (irs.gov) -
Erro: “Carrinho de compras de última hora” com itens médicos.
Correção: Priorize “Coisas certas” e evite itens de saúde geral que não atendem à definição de cuidados médicos. (irs.gov) -
Erro: Confiar num recibo não discriminado.
Correção: Consiga prova discriminada (o quê, quando, quem, quanto) para facilitar a comprovação. -
Erro: Esquecer que o período de carência estende incorrer, não necessariamente sua capacidade de coletar papelada.
Correção: Mantenha a documentação enxuta e envie cedo. (irs.gov)
Um “menu de gasto do saldo” simples sem adivinhar sua elegibilidade
Eu não vou jogar uma lista enorme em você. Isso incentiva compras ruins.
Em vez disso, use este filtro:
- Isso se encaixa claramente na definição do IRS de cuidados médicos (diagnóstico/tratamento/prevenção ou afetar uma função do corpo)? (irs.gov)
- Você consegue documentar de forma limpa com o que o administrador da sua FSA exige?
- Você consegue incorrer antes do prazo de incur-by e enviar antes do prazo de run-out? (irs.gov)
Se qualquer resposta for “não”, não é uma boa despesa para o fim do jogo.
Conclusão
Não tente “gastar”. Tente fechar o ciclo. Confirme os relógios do seu plano, gaste o saldo numa ordem inteligente e envie pedidos com prova limpa.
Se você lembrar de apenas uma coisa: fique em ou abaixo de 20% da sua eleição anual com 2 ciclos de pagamento restantes — e, se você não conseguir confirmar as regras do seu plano, aja como se carryover não existisse.
Fontes
- Internal Revenue Bulletin: 2025-45 (inclui trecho da Rev. Proc. 2025-32 mostrando o limite do §125(i) e o carryover)
- Internal Revenue Bulletin: 2024-45 (Rev. Proc. 2024-40)
- Internal Revenue Bulletin: 2007-39 (definições de período de carência e período de run-out nas normas de planos de cafeteria)
- Internal Revenue Bulletin: 2020-22 (Notice 2020-33: carryover indexado a 20% do limite do §125(i); carryover vs período de carência)
- IRS Publication 502: Medical and Dental Expenses (definição de cuidados médicos; benefício geral vs médico)
- FAQ da FSAFEDS explicando um exemplo de período de run-out

